sábado, 23 de abril de 2011

" 1 mês...

  Foi tempo suficiente para um amor surgir. E progredir, à medida em que os dias se desenrolavam
  A cada momento, a cada sorriso, a cada briga, algo crescia. Uma imensa cumplicidade intensa, maior que qualquer amor fraternal.
  Eles não tinham segredos entre eles. Ou pensavam que não...'

  Jaqueline conhecera Alex em uma praia, em um final de semana. Se esbarraram por acaso e passaram a tarde conversando. No final do dia, prometeram se encontrar novamente, e descobriram morar na mesma cidade.
  Eles se viam todos os dias, e quendo não, as ligações duravam horas. Namoravam, é claro, e nada nem ninguém se opunha a eles, até o dia em que alguém os separou.

  Jaqueline estava quieta em seu quarto, escrevendo, como de costume, quando seu pai entrou, um pouco tímido. Os dois moravam sozinhos, sua mãe havia morrido.
  -Oi papai! Não te vi chegar em casa.
  -Cheguei faz pouco.
  -Você.. parece um pouco pálido..
  -Jaqueline, eu preciso falar com você.
  -Fala pai. O que foi?
  -Você.. se lembra do Bruno?
  -Pai, ele é meu ex, pôxa! Claro que eu lembro!
  -O pai dele me procurou hoje.
  -Sério?
  -Sério. Para falar de você.
  -De mim ?!
  -É.. O Bruno... Ele tem um problema sério.. um desequilíbrio psicológico.. Transtorno bipolar.
  -Já ouvi falar.
  -Ele tentou se suicidar semana passada.
  -Meu Deus ! Que horror, pai!
  -É.. E ele chama por você toda noite, enquanto dorme. O pai dele acha.. que você é a única que poderia ajudá-lo.
  -Eu posso conversar com ele, mas é um médico psiquiatra, um terapeuta, que poderia resolver..
  -Ele se recusa a ir em qualquer tipo de médico. Então filha, eu te peço. Faça o que puder, mas o ajude.
 
  Aquela noite ela não dormiu. E percebeu a única coisa que estava à seu alcance fazer. O único modo de ajudar Bruno.
  E assim, ela terminou com Alex, lhe dando motivos superficiais, e voltou com Bruno.

  Foram 2 longos e difíceis anos para ela. Alex sentia muita raiva dela. E Jaqueline... cuidava de Bruno, completamente resignada, mas só sabia pensar em Alex. Ele sim, era seu grande amor. Mas ela sabia, estava perdido.
  Uma noite, ela saía da loja de presentes, era época de natal. E ela olhava distraidamente para a lua, a segunda paixão de Alex. Ao baixar os olhos do céu, encontrou os olhos da praia, os mesmos pelos quais tinha se apaixonado. E seus olhos não se deixaram por um segundo sequer.
  Em uma troca de mudas palavras, ele pôde ver a dor e o amor nos olhos dela. Ela viu a raiva dele dissipar-se e tornar-se o caloroso abraço que ele lhe dava pelo olhar.
  De alguma forma inexplicável, eles disseram tudo um ao outro. E se beijaram. Nenhum dos dois disse uma palavra, mas aquela noite e aquele beijo mudaram para sempre a história de suas vidas. Eles fizeram, em silêncio, uma promessa. Uma promessa, de esperarem um pelo outro.
  E toda noite, ambos iam para as janelas de suas casas e olhavam para a lua. Esperando pelo dia em que a promessa se cumpriria, e voltariam a ser um do outro fisicamente.
  Porque o coração deles, já era um do outro.




  

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